sábado, 9 de outubro de 2010

A palhaçada é sulamericana - La payasada es sudamericana



Quem mora no Brasil, sabe que um dos fatos mais falados atualmente é a eleição de Francisco Everardo Oliveira Silva como deputado federal nas últimas eleições, com o maior número de votos no Brasil, aproximadamente 1 milhão e 400 mil votos. Isso não seria nada anormal senão fosse que essa pessoa é o popular Tiririca, comediante muito conhecido no Brasil que está sobre suspeita (na verdade é um fato) de que não sabe ler nem escrever, que é o mínimo indispensável para ser candidato. O motivo de Tiririca ter sido “convidado” por um partido político para formar parte da agrupação foi já muito comentado, e pra resumir, os partidos políticos procuram candidatos populares (famosos da tv, cantores, ex-jogadores de futebol, etc) que conquistam votos baseado na popularidade deles e os verdadeiros pilantras e sem vergonhas entram também, porque no Brasil existe uma lei eleitoral que os candidatos mais votados, outorgam votos para outros candidatos do mesmo partido, levando eles pra o Congresso. Aqui o problema é gravíssimo, porque a “democracia” está mais para libertinagem. Pontos importantes: A irresponsabilidade dos partidos políticos de levar gente que não sabe nada de administração pública ao governo e tentar manter os corruptos e caras de pau de sempre, e tudo isto, na maior inconsciência na frente de toda a população e jornalismo. Outro ponto, é a mediocridade também de grande parte dos eleitores. Eu dei muita risada com as propagandas do Tiririca, mas jamais votaria por um sujeito como esse, manipulado e ciente de que está passando na história do Brasil como uma das maiores vergonhas políticas. Mas, como é possível mais de 1 milhão de votos neste palhaço??? Mais de um milhão de pessoas que estão pouco se lixando pra o Brasil? Eu li em algumas análises que é uma espécie de protesto da população contra os políticos clássicos. Idioticie, irresponsabilidade e ignorância. A democracia latinoamericana leva a isso, manipulação dos ignorantes para aumentar a riqueza dos corruptos. Soluções? Desde meu ponto de vista é facil, candidato tem que ter educação (leia-se graduação, pós-graduação) na área especifica e experiência. O voto não pode ser para todos; e melhor para não ser criticado com relação a isto, os candidatos devem entrar por concurso e não por votação e acabou-se o problema.



E para todos meus caros amigos brasileiros não ficarem muito triste saibam que este tipo de problema acontece em toda a América Latina, um exemplo peruano foi a eleição de uma mulher vulgar e ignorante em 1995 que se chama Susy Diaz que era vedette ( não tem esse tipo de trabalho no Brasil, ela se apresentava em programas humorísticos de biquini e dançava em alguns locais) mostrando a nádega com número dela que era o 13 e fazia carreata entregando camisinhas. A mulher não sabia nem falar direito, mas ganhou. E para atualizar este circo político latinoamericano, vou comentar sobre a polêmica decisão de Hilaria Supa Huaman como Presidente da Comissão de Educação do Congresso Peruano.


Uma mulher de um passado pobre e duro, que lutou muito na vida, não pra viver, senão pra sobreviver. Morou por muito tempo numa das regiões mais pobres do Perú e formou parte de Grupos que defendiam os intereses dos mais pobres. Até aqui está tudo bem, e meus parabéns pela luta desta mulher. Há uns anos atrás, ela foi eleita congressista da República (tipo uma senadora) e veste roupas típicas peruanas tentando mostrar que é orgulhosa de nosso passado. Ela foi eleita por pessoas que se refletem nela, com as mesmas condições condições e olham que chegou longe na política. Pra mim, ela não tem o preparo para participar do poder legislativo, mas quem tem no Congresso Peruano?? Nem 1%, similar que no Brasil. O verdadeiro crime foi escolher ela para ser Presidente da Comissão de Educação, isso é inadmissível. Essa “conquista” foi muito elogiada mundo a fora, uma mulher indígena, quechua e autóctona ter chegado nesse lugar. E qualificaram de racismo quem estava contra. Meus amigos, apesar de ter nossas deficiências em todo aspecto, temos no Peru gente preparada também, e uma parte dos “congressistas” escolheu a dona Supa, passando pela frente de Dona Martha Hildebrandt, uma competente especialista em educação, difícil pessoa, mas uma profissional impecável. Isto é uma das maiores vergonhas peruanas, mas pra um país que vive com notícias cheias de corrupção e escândalo, é só uma cena a mais de nosso circo latinoamericano.

Um comentário:

  1. Meu caro compadre! Parabéns pela iniciativa do blog, assim poderemos trocar idéias pelo mundo virtual! Interessante o texto, mas infelizmente não seria tão simples resolver o problema com um concurso. Uma das idéias do pleito é dar representatividade a todas as camadas sociais. Com um concurso o congresso seria ainda mais elitizado. Diminuindo a representatividade de camadas menos favorecidas, e contribuindo para que os interesses defendidos continuassem a ser os do próprio bolso! O problema não é somente o modelo de votação, e sim as pessoas, como querer que saia um exemplo de moral e bons costumes de uma sociedade com valores deturpados e altamente viciada em vantagens e facilidades? O famoso jeitinho brasileiro que faz escola em todo o mundo. Os políticos não são de marte, eles saem do seio da sociedade, se esta é corrupta só nos resta lamentar e buscar modificar com as ferramentas que nos restam! Democraticamente! E acho que a quantidade de votos no tiririca reflete justamente o que nossa população precisa. De palhaços no lugar de políticos, na pior das hipóteses ele pelo menos nos fez rir antes de nos fuder e não mentiu sobre o verdadeiro motivo de sua candidatura! Prefiro um novo ladrão no congresso do que perpetuar os antigos! Abraços do Priminho Político!!!

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